domingo, março 25, 2018

THROWING MUSES



Adolescente enviei uma carta à seção do leitor da Som Três. "Compro letras do The Cure." Incrivelmente recebi uma resposta de uma fã carioca do The Cure, e aquilo foi o começo de uma correspondência que resultou, entre outras coisas, em ser apresentado ao maravilhoso mundo dos fanzines.

Apaixonados por escrever, apaixonados por rock, jovens uniam as duas paixões em publicações underground, como o Wall of Sound e o Planet of Sound, que circulavam artesanalmente país afora.

Em uma série de posts que começa hoje, vou resgatar os textos que escrevi para esses fanzines.

Neles, os leitores deste blog conhecerão mais uma faceta minha.

O Henrique Guerra fã de rock alternativo, talvez alternativo até demais. De algumas dessas bandas vocês talvez jamais ouviram falar.

Entre no YouTube, pesquise e se delicie com essas imortais bandas do final dos 80, começo dos 90.







THROWING MUSES


No ano passado, benfazejas correntes oceânicas trouxeram à nossa costa um peixe jamais visto no meio tupiniquim. Quem tomava contato com a referida criatura ficava literalmente atônito pela expressão de paranoica          angústia  em seu olhar e, principalmente, pela incrível e contagiante energia que fluía de sua bizarra tez.


As 'correntes oceânicas’ de que   falo são o Es túdio   Eldorado  e o selo Stilleto, por lançarem a coletânea da 4AD "LONELY IS AN EYESORE" , e o  peixe é ele próprio: “FISH”, a estraçalhante faixa do THROWING MUSES, de cuja letra  foi extraído o título da coletânea.


Metáforas infames à parte, e com o lançamento deHUNKPAPA”, seu ·mais recente trabalho, virá bem a calhar uma  rápida conversa sobre  esta  brilhante banda.

Foi formada em Boston por Kristin Hersh, uma loira já mamãe, responsável pela  maioria das  composições, o peculiar vocal principal uma  das guitarras; Tanya Donelly, também loira, guitarrista, vocalista e compositora; a mulata afro-americana Leslie Langston, que    manuseia        sua bass guitar de maneira exemplar; e, por fim, David Narcizo, um algo mais que competente baterista, cuja experiência na "cozinha" vem da adolescência  quando era auxiliar numa padaria.

Estrearam em  disco em  86  e, desde então, vêm construindo uma sólida carreira, sempre calcada em um rock básico, de sonoridade simples, porém vibrante,  costurada por letras carregadas das  múltiplas neuroses da nossa época.

Seguindo o primeiro LP, homônimo, o THROWING MUSES lançou: CHAIN  CHANGED   (EP   -  1987), THE  FAT   SKIER (EP -1987), HOUSE TORNADO (1988) e HUNKPAPA (1989).

Levando o nome da divisão dos Índios Sioux   liderada por Touro Sentado,  HUNKPAPA"  tem algumas    canções dispensáveis, como "TAKE", mas que não comprometem a força do conjunto. Os  destaques  vão para  a  desconcertante "BEA", a batida cativante de "I’M ALIVE”  e a alucinada "MANIA".  Sobre  esta  última, fico a   imaginar o que  o  sábio chefe indígena          faria   ao     ouvi-la. Uma  coisa  é certa: sentado, ele não ficaria.


Henrique Guerra























Resultado de imagem para HUNKPAPA COVER THROWING MUSES




 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é bem-vindo!