sábado, março 18, 2017

Sully - o herói do rio Hudson

Clint Eastwood dirige Tom Hanks e Aaron Eckart neste relato simples sobre um fato extraordinário. Como sempre, o cineasta mantém o seu estilo discreto para contar uma história que, por si só, já tem atrativos suficientes. A perícia de um experiente piloto é posta à prova quando as duas turbinas de sua aeronave são danificadas pouco após a decolagem. Não é uma simulação. Vidas humanas estão em jogo. Uma decisão precisa ser tomada, e rápido.



Só pessoas com extrema autoconfiança e capazes de decisões cirúrgicas poderiam ter tomado aquela decisão e depois executado o plano de modo irrepreensível. Para a sorte de todos os passageiros, o piloto e o copiloto do voo 1549 da US Airways são exemplos desse tipo de profissional, mas a decisão deles, sejam lá quais fossem as consequências, seria completamente investigada e esmiuçada.

Decisão que também colocou à prova toda uma rede de apoio a sinistros, num misto de solidariedade e eficiência que poucos povos podem se orgulhar de demonstrar.

Eastwood e o roteirista utilizaram como fonte o livro que Sully coescreveu com o jornalista Jeffrey Zaslow. Publicada em 2009 (mesmo ano do heroico pouso no rio Hudson), a obra narra os bastidores da investigação que aconteceu após os eventos do dia 15 de janeiro.
As autoridades e partes envolvidas instauraram uma rigorosa investigação para avaliar por que Sully não simplesmente voltou para um aeroporto em vez de arriscadamente pousar no rio.
Sully seria mesmo um herói?

Uma das qualidades de Sully é a metragem enxuta: o filme passa rápido e se concentra no voo, na investigação e no resgate.



A parte usual de filmes-catástrofe, que desenvolve o background de alguns personagens, é minimizada, quase ignorada.

Nem à família do próprio Sully é dado algum estofo, à exceção de umas ligações aleatórias para a esposa Lorraine (Laura Linney). As filhas do piloto só aparecem de relance e não participam do drama paterno. Essa decisão do roteiro talvez tenha sido a mais discutível, porque seria de se esperar uma abordagem mais intimista, algo que valorizasse a importância da família na vida de um piloto, e essa seria a minha única "ressalva" quanto ao filme.
   

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é bem-vindo!