sábado, março 11, 2017

Cegonhas

"Duas cabeças pensam melhor do que uma." No mundo da animação, esse ditado vale ouro. De uns tempos para cá, tornou-se bastante comum assistirmos a filmes cuja direção é assinada por dois profissionais. A experiência e o talento da dupla se complementam, e o resultado é uma obra de mais qualidade. Cegonhas tem na direção um duo de múltiplas habilidades: o roteirista Nicholas Stoller e o animador Doug Sweetland.
Nicholas Stoller já dirigiu Vizinhos (2014) com Seth Rogen, e tem no currículo créditos como roteirista de filmes como Os Muppets (2011) e Os Muppets 2: procurados e amados, sem falar no ainda não lançado Captain Underpants: The First Epic Movie, que Stoller roteirizou, inspirado no personagem da série de livros infanto-juvenis criada por Dav Pilkey.
Doug Sweetland já dirigiu o curta Presto (aquele do mágico que passa antes de Wall-E) e participou da equipe de desenhistas de filmes como Carros (2006, Os Incríveis (2004), Procurando Nemo (2003), Monstros S.A. (2001), Toy Story 2 (1999), Vida de Inseto (1998) e Toy Story (1995).

Da soma desses dois currículos e conjuntos de conhecimentos surge Cegonhas, um leve estudo sobre a vontade de ter um irmão e a necessidade de pertencer a uma família.
Nando é um menino cujos pais vivem uma vida atribulada, sem tempo para pensar no filho e, muito menos, em aumentar a família Gardner, ou Jardim na versão brasileira (a mamãe, por sinal, tem a voz de Jennifer Aniston). Por isso, ele toma a iniciativa de escrever uma carta para as cegonhas pedindo um(a) irmãozinho(a). Só que nos dias de hoje as cegonhas mudaram de ramo: agora têm um centro logístico colossal onde processam encomendas de toda sorte, menos bebês. A fábrica está desativada há tempos, e a nova organização é comandada por cegonhas como Júnior.

Tulipa é uma moça que cresceu com as cegonhas porque não pôde ser entregue na ocasião propícia (culpa de Jasper, a cegonha com a voz de Danny Trejo). Hoje, ela se sente um estorvo naquele mundo, e fica imaginando como teria sido a sua vida se o destino tivesse sido diferente.

Quando Tulipa recebe a carta de Nando, o rumo desses dois personagens solitários está prestes a mudar, mas para isso terão de viver muitas peripécias, e enfrentar uma insólita trupe de lobos que sabe como nunca a importância do trabalho em equipe (os lobos servem de "peças" para fabricar toda sorte de meios de transporte, como carro, avião, helicóptero e até submarino).

É o tipo do filme ideal para quem já tem um filho e está relutante para ter o segundo e dar um irmãozinho ao primogênito. Haja pique para começar tudo de novo, mas teria uma vantagem: álibi garantido para ao menos mais uma década indo a matinês!

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