domingo, abril 07, 2013

O mistério da libélula

Este blog completou 10 anos de existência no dia 6 de abril.
Esta semana não assisti a nenhum filme, pois perdi um ente querido, de quem herdei a paixão pelo cinema: a minha mãe, D. Nidia Müzell de Oliveira Guerra, que aos 74 anos nos deixou. Em memória dela e para não deixar passar em branco o aniversário de uma década do blog, resgato um texto escrito em agosto de 2002, de uma espécie de "arquivo perdido" com as resenhas escritas "pré-blog". Tempos que não voltam mais, tempos em que Carazinho, minha cidade natal, ainda tinha cinema.


 O mistério da libélula
       O carro percorre lentamente as ruas de Carazinho, anunciando pelo alto-falante. "Não percam! O mistério da libélula, em cartaz, no Cine Brasília. Um filme especial para os admiradores de bons programas cinematográficos!" Tucanaram os cinéfilos!
      Quanto ao filme de Tom Shadyac, tenho a dizer que fui seduzido pelo título, e pela curiosidade de conferir o atual estádio de interpretação do Kevin Costner. Encarei.
      Sabia, de antemão, que não podia esperar muito.
      Quando o filme é só uma desculpa para poder consumir uma boa pipoca e sair de casa, saca?
      Muito bem, lá estava eu, triturando as saborosas polpas de milho ao avesso, e o Kevin Costner enfrentando sérios problemas na tela.
      A história é bem triste. Um médico despede-se da esposa, ela está grávida, mesmo assim não recusa o chamado da Cruz Vermelha Internacional, da qual é voluntária.
      Um acidente acontece, e ele recebe a pior das notícias. Não há sobreviventes. E o corpo da esposa não é resgatado. Dias depois, o viúvo recebe uma encomenda que sua esposa havia feito para o quarto da criança. Um enfeite de libélulas. A partir daí, coisas estranhas e sobrenaturais começam a ocorrer.
      Ele vai se tornando obcecado, e resolve conhecer o setor que a esposa trabalhava no hospital - a oncologia infantil. Com as crianças que a esposa cuidava, recebe mais indícios de que ela está tentando se comunicar com ele. Um dos guris doentes, depois de ser reanimado e salvo da morte, desenha sempre um símbolo, uma espécie de cruz ondulada.
      O que significa aquele símbolo? O que sua esposa, esteja onde estiver, está tentando lhe dizer? Para obter essas respostas, Kevin Costner procura Linda Hunt, a anãzinha que fez o fotógrafo de O ano em que vivemos em perigo, lembra? Fazia tempo que essa excelente atriz não dava as caras. Ela é uma freira que vai ajudar o desesperado personagem de Kevin Costner.
     O mistério da libélula tem tudo para receber críticas, ser taxado de melodrama, de apelar para o clichê, de ser previsível, piegas, exagerado e forçado. Porém (sempre há um porém) (e vão dizer que porém também é clichê) (e chega de parênteses), o filme pode emocionar quem não foi ao cinema para criticar e pegar furos do roteiro.




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