quinta-feira, novembro 17, 2011

A pele que habito

Se fosse para resumir o cinema de Almodóvar em uma palavra, qual palavra você escolheria? Epiderme? Eclipse? Enlevo? Estranheza? Êxtase? Make no mistake: A pele que habito está aí para provar: Almodóvar é o cineasta investigador por excelência e incansável de um tema universal: o sexo. A exemplo dos Replicantes na canção Mistérios da sexualidade humana (vide letra abaixo), muitas perguntas acossam Almodóvar, e ele realiza filmes para respondê-las. Ok, Almodóvar vai um pouco além das dúvidas de adolescentes virgens para despir os meandros da psique humana. A imaginação do espanhol parece não ter limites para revelar o estofo de personagens bizarras e doentias, mas assustadoramente humanas. Como definir, em última análise, A pele que habito? Novamente, o assunto é responder a simples questões. O filme tem eficiência narrativa? A narrativa tem eficiência fílmica? Sim e sim. O roteiro tem ritmo; a trama densa de enredo e subenredos prende o espectador de modo efetivo. As palavras viram imagens que se fixam na retina. Em suma, tanto roteiro quanto direção têm a marca autoral de Almodóvar.[Mistérios Da Sexualidade Humana Os Replicantes De onde vêm os bebês? Por que sangrar todo mês? Quando será a primeira vez? Como impedir a gravidez? Por que não posso ver um filme-X? Por que não posso ler a revista que eu quis? Por que não posso ser um cara feliz? Por que não posso ter aquela meretriz? É verdade que cresce cabelo na mão? É verdade que a doença pode vir num beijo? É verdade que é bom reprimir o desejo? É verdade que as mulheres gritam de paixão? Mistérios da sexualidade humana.]

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